quinta-feira, outubro 26, 2006

26-10-06 Uma semana de trabalho!

Retomo a minha escrita após alguns dias de interregno, sim porque também se trabalha por estes lados e não é pouco. Decidi dedicar a primeira parte deste post a uma pequena descrição da vida quotidiana na faculdade e nas aulas.

O ambiente na faculdade é diferente de Portugal a começar pela quantidade de pessoas que passeiam pelos corredores; são às centenas a qualquer hora do dia e a qualquer dia da semana, fins-de-semana incluídos.

Ao contrário do que inicialmente eu esperava a relação aluno professor não é muito distante e os professores são todos muito acessíveis e simpáticos. Isto pelo menos com os alunos estrangeiros, sempre com curiosidade em comparar as diferentes realidades do mundo. Esta proximidade tem a meu ver uma razão, é que somos os únicos a participar nas aulas. Um professor pode fazer a pergunta mais banal possível do tipo 1+1 e não há um único aluno Chinês que responda à pergunta, todos baixam a cabeça e fingem que não é nada com eles. Ao princípio pensei que fosse uma questão de distância professor aluno mas começo a pensar que será uma certa timidez ou ainda mais uma questão profundamente cultural que não consigo bem explicar.

No entanto há certos pormenores que me fazem uma certa confusão, ora vejamos, em Portugal comer dentro de uma sala de aula não é de bom tom, claro que ninguém recrimina um aluno que coma algo ligeiro tipo um chocolate ou uma bolacha apenas para matar a larica enquanto não tem um intervalo. Em Portugal não conheço muita gente com lata para entrar numa aula mais do que, sejamos bondosos, vinte minutos atrasado. Bem a questão temporal aqui não interessa para nada, teórica ou pratica não há diferença entra-se e saí-se da aula as horas que for, discretamente (ou não) atende-se o telemóvel, dorme-se profundamente em cima da mesa, o que me leva a questão da biblioteca. Com uma ida a biblioteca compreende-se o porque de esta malta passar noites em claro (o meu ex. companheiro por exemplo) mais de metade dos alunos na biblioteca dormem PROFUNDAMENTE em cima dos livros, não sei deve ser uma técnica oriental de absorção de conhecimento???

Voltando a questão da comida, nunca pensei que fosse possível em qualquer lado do mundo que fosse permitido, aceitável e completamente normal (adorava ver as professoras do liceu (a mãe incluída) darem uma aula assim) ter alunos a comer na aula…. Mas atenção não estou a falar de o chocolate nem da bolachita nem sequer de uma sanduíche…. Estou a falar de um prato de esparguete (cujo cheiro se propaga pela sala inteira) ou de um prato de sopa, uma refeição completa com talheres e tudo.

Tenho também de partilhar uma diferença que tem muito que se admire no entanto um pouco irritante. Esta semana é semana de eleições para as sociedades e clubes da faculdade, razão que leva que estejam dezenas de pequenos grupos (8 a 20 pessoas), cada um a fazer campanha pela sua lista. Nada de estranho até aqui, tirando o facto desta malta vestir a camisola como nunca vi ninguém, até nas eleições em que apenas concorre uma lista, vestem-se todos de igual, e quando digo igual é mais do que apenas vestirem uma t-shirt da mesma cor…. Vem todos vestidos de super-homem por exemplo por é a “super lista” ou todos com trajes que eles desenharam e fizeram. Para que toda a gente note a sua presença marcham pelos corredores cantando palavras de ordem (penso eu o meu cantonês ainda está meio perro) ou posicionam-se no topo das escadas rolantes a gritar os seus slogans. O barulho de 40 ou 50 grupos o dia todo a gritar é algo que só visto. Acho isto tudo um pouco idiota, mas tenho de reconhecer que tem uma grande capacidade de trabalho e são definitivamente jogadores de equipa, que vestem a camisola e vibram com os seus projectos, sejam eles quais forem (tenho um grupo de trabalho só com Chineses e nunca fiz um trabalho em que os membros se entusiasmassem tanto com o projecto).

Houve quem insinuasse que o meu relato sobre o meu ex. companheiro de quarto era exagerado e que não acreditava que o rapaz pendurasse as cuecas à janela, felizmente….eu já esperava isto e antes de sair do quarto tomei a liberdade de registar para a posteridade tal prazer que era ter a vista de Hong Kong bloqueada por umas cuecas. Digo que estas eram as cuecas de ir a missa porque normalmente não tinham tão pouco mau aspecto.

sábado, outubro 21, 2006

21-10-06 Dia FELIZ

Ontem foi provavelmente o dia mais feliz desde que cheguei cá e acreditem já tive muitos bons dias nestas paragens no entanto ontem ao abrir o meu e-mail os meus olhos brilharam como uma criança numa loja de doces!

“Dear Ferreira,

Congratulations! We are able to offer you a Single room at this moment,(…)”


Ou seja, acabou a tortura de viver com este chinoca que me saiu na rifa! Não é um mal generalizado até conheço uns que não me importava de partilhar o quarto, foi mesmo azar no sorteio de quartos. Vou para um quarto sozinho…. Aiii o quanto rezei por isto! Como me disseram, vale pela experiência….vale o ca#$%&!!! É que o chinoca que partilhava o quarto comigo era meio avariado daquela cabecita. Caloiro, totó completo que passava noites inteiras a jogar computador (razão pela qual não durmo uma noite em paz há duas semanas e sou assombrado pelo barulho das teclas), o jovem rapaz tinha no entanto um particularidade que me fazia rir, o jovem…não sabia andar…não, não estou a gozar com nenhuma deficiência, ele só sabia correr e cada vez que saia do quarto corria com a sua mochila as costas e os seus óculos de massa pelo corredor…..de chorar a rir!

No entanto posso sem duvida dizer que morar num quarto de 13m2 com uma personagem destas não é fácil, estava preparado para o fazer durante o tempo que me falta cá mas não consigo bem descrever a alegria ao receber o mail.

Adeus cheiro a noodles dentro do quarto (vivi num restaurante chinês durante 2 meses), adeus barulho a mastigar (tinha de ligar o i-pod cada vez que ele comia), adeus rádio horrendo (que volta meia ligava enquanto eu dormia), adeus teclas durante a noite,

adeus ao mesmos lençóis desde Setembro (sem nunca terem sido lavados, não é uma questão de mau gosto), adeus cuecas penduradas na janela, adeus falta de higiene pessoal, adeus a todos os cheiros e barulhos “íntimos” (acreditem que eram uma colecção deles),

adeus barulhinhos irritantes do telemóvel (novamente enquanto eu dormia), adeus abrir de cortinas pela manha (adivinhem lá, enquanto eu dormia), adeus ao abre e fecha gavetas, armários e portas (nem preciso dizer quando), adeus cheiro estranhíssimo que nunca percebi o que era

adeus chinoca adeus adeus adeus!!!

Já fui levantar as chaves espero mudar-me ainda hoje sem falta!!!

21-10-06 Singapura Day 3


O dia começa da mesma maneira do que o anterior, com os óculos escuros deambulando entre o continental breakfast do hotel. Já não tenho muito tempo mas depois de uma tão saborosa sugestão da mana Catarina decido seguir outra com a mesma origem. Enquanto uns (umas) vão para as comprar outros vão visitar aquele que é provavelmente (depois de Porto Bay claro) o melhor hotel que já vi. Chama-se Raffles Hotel, uma pequena nota histórica, tudo em Singapore é Raffles, desde a escola ao hospital tudo! Estes tributos sem fim devem-se ao facto de Sir Stamford Raffles ter sido o oficial inglês responsável pela existência de Singapura em 1819.

Voltando ao Hotel, é um hotel tipicamente colonial, com um charme, uma elegância e luxo tipicamente britânico, até o ar cheira melhor nos corredores do Raffles ladeados por jardins tropicais. Uau mas que hotel de facto não haja duvidas Portugal tinha umas colónias, eles, os Ingleses tinham um império! Dentro do hotel existe um bar chamado Long Bar, um dos bares mais famosos do mundo onde foi inventado o cocktail Singapore Sling, o bar original remonta ao início de Singapura dai a mística de estar lá.

quinta-feira, outubro 19, 2006

18-10-06 Singapore Day 2



















Acordar muito difícil depois de uma noite muito animada e bem passada. Os outros hóspedes intrigavam-se quem seria esta personagem de óculos escuros e com movimentos suaves (pois a cabeça o exigia) percorria o belo pequeno-almoço comendo desalmadamente para poupar no almoço.

Primeira paragem, Little Índia! E não é que me senti mesmo na índia! Comecei num templo Hindu, nunca tinha entrado em nada parecido, com o cheiro, as pessoas os “chamãs”. Vários altares com divindades com representações cada uma mais estranha do que anterior, com as oferendas e velas a arder na sua base. Logo à entrada do templo uma personagem sentada nas escadas (o sr de branco na foto) perguntou-me de onde era, respondi Portugal e dele obtive a seguinte resposta “Portugal… seja bem-vindo faça favor de entrar.” Fiquei parvo, respondeu-me o “sábio” que falava 22 línguas. Nada mau! Uma nota engraçada, só passado umas horas e que me apercebi que estava a usar uma t-shirt dos açores com vacas embrulhadas em arame farpado, o que não é propriamente o traje ideal para um templo onde as vacas são sagradas.

O cheiro a especiarias nas ruas faz-me pensar numa viagem pela Índia e na chegada dos portugueses a 500 anos atrás e choque cultural que deve ter sido nesta cultura tão diferente também. Índia, um destino a explorar sem dúvida. O mercado de produtos indianos é uma maravilhosa confusão, no entanto noto uma grande diferença entre os vendedores de Singapura e de HK, aqui perguntam se queremos comprar e um educado não obrigado é suficiente para ninguém nos voltar a chatear, nada de massacrar o cliente.

Porque o tempo é escasso rumo ao bairro árabe, pelo caminho ruas de edifícios com o toque colonial que a foto bem exemplifica. Sai da Índia entrei nas arábias com as suas mesquitas, população e comidas. Não me encanta da mesma maneira, talvez por não ser tão grande e tão autêntico como a little índia ou talvez por outra razão qualquer não sei.

De regresso à China e a chinatown, sem grandes novidades para que vem de HK no entanto tenho de referir um museu Tibetano que é interessante apesar de me fazer impressão a mistura de peças de exposição com antiguidades à venda (quem quiser comprar um Buda do século XVII fica a saber onde ir). Mais uma cultura, mais uma religião, mais um templo desta vez budista. O incenso a arder as pessoas a rezar e o André a absorver.

Porque o relógio não pára e a noite foi longa de volta ao hotel para descansar e preparar o jantar. Ai o jantar….Restaurante à beira rio numa esplanada muito agradável e com os empregados (novamente) muito educados e simpáticos. Segui a sugestão da minha irmã Catarina (obrigado mana) tinha de experimentar o famoso prato local Chilli Crab! Este caranguejo gigante (um para duas pessoas e foi um exagero) foi um dos melhores pratos de marisco que alguma vez provei, uma delícia! O seu molho levemente picante (com um boião à parte para quem quisesse mais) dava um gosto à carne que não há palavras para descrever o prazer daquele marisco. Acompanhado com um bom vinho branco comi e bebi ate ao fim (antes fazer mal que deitar fora tal preciosidade).

Bem jantado, e apenas porque não poderia ir para a cama tão cheio, a noite continua num bar espetacular decorado com guerreiros em terracota de Xian e de seguida para o Zouk onde adivinhem lá tocavam nuestros irmanos Chus&Ceballos (com quem, não resisti e, fui falar). Porque viajar não é só ver é também conhecer este resto da noite fomos brindados com a companhia dos meus mais recentes amigos um alemão e uma italiana que se juntaram a nossa festa. É de facto o prazer estes contactos com os quatro cantos do mundo. Escusado será dizer que a noite acabou pra lá da rua que esta fotografia. Dia 3 em breve…

Um fotografia especial de um restaurante caranguejos em cima sapos em baixo….

quarta-feira, outubro 18, 2006

terça-feira, outubro 17, 2006

17-10-06 Singapore Day 1


Como passei a dizer, parar é…parar! É algo que não gosto! De novo no aeroporto, pronto a embarcar num voo desta vez a Cathay Airlines, não sei porque mas ao contrario de muitas pessoas, eu gosto de aeroportos, gosto do movimento das pessoas apressadas com destinos variados e gosto principalmente de ser uma delas. Lembro-me da Tia Rita dizer que um JF tem uma relação (quase amorosa digo eu) especial com o verbo ir!

Apressado como sempre e já com o relógio a marcar minutos a mais do que desejava, apercebi-me que precisava de apanhar um comboio já dentro do aeroporto para a minha porta de embarque, pânico! Ao descer as escadas rolantes um cartaz enorme a dizer “Relax! Next train every 3 minutes!” Lindo, a verdade é que respirei de alívio e relaxei. Pormenores que fazem a diferença, aproveitado a deixa, digo que a Cathay tem um serviço de bordo fantástico, desde as cadeiras às televisões à comida ao gelado para sobremesa e principalmente a uma anormal simpatia a bordo.

Chegada a Singapura, quase em cima do equador no entanto tão, tão longe dessa esquina, decidi que iria apanhar um transfer do aeroporto para o hotel, mais baratinho do que o táxi e siga que lá vou eu. Saiu-me o tiro pela culatra, fui o último da carrinha a ser deixado no meu hotel, no entanto não foi tudo mau, andei uma hora e meia a passear por Singapura, um tour à borlix (apesar do incomodo do intenso transito de sexta-feira à tarde). Primeira impressão, muito diferente de HK, mais espaçosa, muitos jardins impecavelmente tratados, muitas flores à beira da estrada, ciddade totalmente ocidentalizada apenas com um toque charmoso colonial. No entanto com a mesma modernidade das grandes cidades na zona do centro financeiro.

Chegada ao hotel, sem estrelas à vista diria um 3 superior, nada mau para quem vem de um quarto com 3 metros quadrados partilhados com um chinoca que come noodles no quarto (que fica a cheirar a restaurante chinês) e faz tanto barulho a come-las que tenho de ligar o i-pod. Uma casa de banho só para mim com banheira e tudo! TELEVISAO!!! Mas não é tudo, ainda há mais mas mais tarde…

Surpresa no táxi, fala inglês ou melhor Senglish, uma espécie de inglês simplificado que toda a gente fala que é muito eficaz na comunicação, nada que se compare com mau inglês de HK. Pensei também, tivemos sorte, o taxista era muito educado, simpático e bem-disposto no entanto vim a comprovar que é comum e que será a cidade com os melhores taxistas que conheço. A tecnologia é fantástica para que não haja dúvidas e porque as regras são para se cumprir aqui uma voz automática pede para que aperte o cinto de segurança e no final diz-nos o valor a pagar.

Primeiro jantar, barraquinhas na rua, pensaram vocês na higiene, melhor que Portugal no entanto asiático. O meu prato ou melhor, a minha comida pois prato não há e a comida na barraquinha que escolhi é servida numa folha de bananeira (já imagino que virá um coment de um ilustre desconhecido a falar da Madeira). Mas não se pense que isto é um pardieiro qualquer nada disso uma zona a beira-rio muito bem arranjada com muita gente e bons restaurantes a malta estudante é que optou pela barraquinha. O passeio contínua em busca de animação nocturna, deambulando entre os edifícios de 2 ou 3 andares com estilo clássico colonial, com os seus tapa sois em madeira, passamos por uns bares de jazz (que mais tarde li que são famosos mas infelizmente a democracia levou-me a outras paragens, não que me arrependa é certo). Quem tem boca vai…aos sítios certos e chegamos a Clarky qualquer coisa mais conhecido por clarkis. Beira-rio, um complexo de em forma de mini cidade com em que a animação era a palavra de ordem, restaurantes, esplanadas, ruas (cobertas porque apesar dos 30ºC a noite também chove nestas bandas, felizmente não este fds). Os edifícios são na arquitectura tipicamente colonial que vemos nos filmes.

Surpresa da noite, Ministry of Sound Singapore!! Para a grande maioria que não sabe o que é nem aprecia é uma filial de uma conhecida discoteca londrina, para quem sabe acho que não preciso dizer mais nada……com três letrinhas apenas se escreve a palavra UAU! Nem vou descrever….

Chegada a casa, a tal outra boa surpresa do quarto de hotel, lençóis passados a ferro, que delicia. Amanha, há mais…

Nota fotográfica: reparem na última regra da piscina do hotel.

O retorno é directamente proporcional ao risco! Nunca existiu falta de informação sobre o risco mas quando se corre riscos pensamos sempre que vamos fazer parte daquela % que não é afectada. Com um retorno tão grande o risco também só o podia ser….que valha a pena o retorno. Não percebeste, não te preocupes então não era para ti! :-)


quinta-feira, outubro 12, 2006

12-10-06 Não pára!

As aventuras e desventuras continuam, no entanto o blog vai estar o fds sem novidades, que espero que sejam fartas a partir de segunda-feira. Amanha um dia ocupado, uma aula logo pela manha e de seguida para o aeroporto, não, não vou jantar a Lisboa… mas vou até outra cidade-estado que tenho curiosidade em conhecer, Singapore.

Parto ao início da tarde e com vontade de absorver uma nova realidade e recolher exemplos bem sucedidos. Soube através de um comentário aqui no blog que sou um cão. Isto no sentido do meu signo lunar chinês claro e como cão que sou tenho e de aproveitar esta (rica) vida de cão este semestre. Como alguém disse em tempos, vou a Singapore e já volto.

terça-feira, outubro 10, 2006

10-10-0 Doming em Central







A vida não pára, muito menos em Hong Kong. O mid autumn festival foi festa rija para toda a gente em HK, daí o resto do fds ter ficado marcado pela moleza, descanso e preguiça. Sábado foi o típico dia pós noitada, ao comer no Mac lembrava-me da Mati e do Bruno nos seus dias pós noitada (estou mto bem neste lado do mundo mas sim, não me importava de ir hoje dar um pezinho de dança nesta noite de aniversário do Lux).

Dois dias a sornear já é demais, domingo toca a passear, fui sozinho até HK island numa das minhas explorações sem destino, mas antes de lá chegarmos, começo por explicar as fotos presentes. Ao chegar à entrada da faculdade e para minha grande admiração encontro dezenas de pessoas mascaradas, a maior parte com fantasias baseadas em desenhos animados japoneses. A princípio pensei cá para mim, ainda estás bêbado de sexta estás a alucinar, mas não eram mesmo reais e resmas deles. Ao que percebi existe a tradição de se mascarar neste dia, não consegui perceber bem porque, a verdade é que depois em Central não encontrei ninguém com tais fatiotas.

Andando sem destino certo pelas ruas de central, sou confrontado com centenas e centenas de mulheres filipinas (sobretudo) e tailandesas sentadas em grupo nos parques, jardins, passadeiras aéreas. São empregadas domésticas que aproveitam o seu único dia de folga para se reunirem e passarem o dia em comunidade, enquanto comem, bebem, jogam as cartas até cortar o cabelo vi, num cabeleireiro improvisado num passeio. Num destes jardins estava um belo edifício clássico/colonialista (foto) que penso que hoje é (ou foi não tenho a certeza) o supremo tribunal ladeado pela sede do HSBC um edifício o mais moderno possível que a seu tempo custou 5 biliões de $HK e que é considerado uma obra prima de Feung shui, ao contrario da torre de 70 andares do Bank of China (foto) que é considerada geradora de mau Feng shui para os prédios vizinhos.

Queria aproveitar para encontrar um dos must see em HK que são as maiores escadas rolantes do mundo. O centro fica a uma cota praticamente nula e a cidade vai subindo em direcção ao victoria peak numa espécie de bancada, estas escadas ligam a zona mais baixa até à base da montanha. Aproveitei esta fácil subida para observar as vistas, onde vejo um prédio muito engraçado (foto), um pouco mais a cima….paraíso gastronómico os famosos restaurantes de Soho. Ainda não os experimentei mas penso que não passa de amanha, ando com desejos de um bife argentino! Descida a pé e com uma passagem num mercado de carne, não recomendável aos mais sensíveis, o impacto visual da carne pendurada do sangue do cheiro juntamente com peixarias com peixe vivo a ser morto na hora a pedido do cliente e domingo à tarde é um dia calmo.

Com tanto peixe vivo nos mui aquários desta cidade e com a memória refrescada por simpáticos comentários aqui no blog confesso que ontem dava quase tudo para ter dado um mergulho e ter feito uma pescaria.

Ao voltar para casa observava discretamente as pessoas e os seus hábitos, é tão bom poder ter esta experiência e “confirmar” que existe um mundo cá fora e que cada sociedade é diferente nos seus hábitos costumes e valores, espero conseguir absorver o melhor de cada minuto.


sábado, outubro 07, 2006

7-10-06 Mid autumn festival




Estou de volta, este fim-de-semana o Mid Autumn Festival que é originalmente uma comemoração em honra da lua cheia (não esquecer que o calendário lunar chinês ainda é utilizado o que confere à lua uma grande importancia). Estas comemorações são tão importantes como o natal será para nós ocidentais, perguntei ao meu companheiro de quarto e ele explicou-me que as famílias chinesas têm por tradição reunirem-se em duas ocasiões, esta e no ano novo.
Na quinta-feira, montaram uma série de barraquinhas no relvado em frente a residência com jogos tradicionais chineses, musica e festa em geral, e com muita variedade de “moon cakes”.
Os moon cakes são uns pequenos bolos feitos a base de ovo e farinha recheados com alguma coisa que pode variar desde uma simples compota a ninho de andorinha.
Sexta-feira, combinamos os estudantes internacionais encontramo-nos as sete para seguirmos juntos para o Victoria Park pois existiam varias festividades, nomeadamente uma feira de lanternas e a dança do dragão. Quando saímos da residência, éramos uns 40 todos em grupo até ao parque, 5 min depois perdemo-nos uns dos outros. A confusão no parque era incrível, imensas famílias sentadas na relva com comida e a acender velas e lanternas.
Momento alto a dança do dragão, tenho pena de não ter uma fotografia apenas tenho o vídeo, mas é um dragão enorme penso que com mais de cinquenta metros feito de (não são mas imaginem) pauzinhos de incenso a arder e percorre as ruas ao som de tambores.
A continuação da comemoração continuo em Lai Kwai Fong (o bairro alto daqui da zona).

segunda-feira, outubro 02, 2006

02-10-06 Sr. Bacalh(mac)au




Acordar difícil de Domingo, mas entusiasmado com a ida até Macau, fui já tarde demais e confesso que vi pouco do pouco que há para ver. A sensação de continuar no oriente, a pouco mais de uma hora de Hong Kong, e desembarcar num sítio onde tudo, tudo esta escrito em português é algo que não consigo bem definir. Macau não tem o mesmo andamento que HK, os prédios não tem o mesmo aspecto modernaço, com excepção dos casinos claro, até digo que não é uma cidade muito bonita mas…é tuga!
Não sei se cresceu dentro de mim esta tarde um patriotismo que não sabia que tinha, verdade é que fiquei muito feliz de ir a Macau. Sentia-me meio tonto a ler em voz alta o que me aparecia à frente, desde o “partidas&chegadas” à tabuleta a indicar os autocarros. Fui logo surpreendido por um senhor chinês que num muito bom português me perguntou se queria uma excursão para visitar a cidade. Um chinoca a falar português comigo?? Não há disto em Hong Kong! Fiquei logo bem disposto.
Famoso largo do senado, edifícios tipicamente coloniais, de frente para uma calçada portuguesa, senti-me em casa! Engraçada a sensação de sentir Portugal tão longe de casa. Cafezinho português, servido em português, café bem tirado (aiii que saudades de uma bica), uma sandes de presunto e uma superbock! What else can a man want?
Um passeio pelo centro, infelizmente já escurecia e as ruínas de S.Paulo já só as vi de noite, não faz mal uma desculpa para voltar. Chegou a hora de jantar, a pé até à Rua do Almirante Sérgio, um restaurante português novamente chamado A Lorcha e novamente muito bem recebidos.
Não tenho palavras para explicar o prazer que tive saborear uma bela posta de bacalhau assado na brasa. Sentir o sabor salgado das lascas que se desfaziam na boca regadas pelo sabor mediterrâneo do azeite que as banhavam. Nesse momento consegui perceber um pouco melhor o emigra que leva um bacalhau na mala e um caixote com vinho azeite e chouriços.
Agora vem a parte do jogo supostamente, não! Nem uma pataca! O plano era ficarmos a dormir em Macau no entanto estava uma confusão tal devido as comemorações do dia nacional da China (que era domingo) que foi decidido, à revelia da minha vontade, regressar no último ferry rápido (muito confortável) para HK. Uma hora depois, com mais uma colecção de carimbos no passaporte estava de volta a HK.
Como não vi decentemente Macau tenho a desculpa de voltar, a jantar lá!