quinta-feira, janeiro 18, 2007

Sail Rock + Bangkok + Fim da Tailandia

O dia amanhece cedo para mim, ainda não eram sete da manha e já estava de pé com tudo arrumado e entregue na recepção para me guardarem até ao fim do dia. Sentado a beira da estrada vejo o céu instável e questiono-me se este programa irá pra frente ou não. Finalmente a carrinha de caixa aberta com bancos atrás e um toldo que já viu melhores dias para e não demoro muito a me juntar às outras três pessoas que já lá estão. Mais umas paragens noutros hotéis até estarmos feito gado na parte detrás da dita carrinha azul.

Tinha no dia anterior falado numa agencia de mergulho na cidade na possibilidade de mergulhar (com garrafas) no entanto disseram-me que tinha de fazer um curso que demorava pelo menos 4 dias ou então um “mergulho descoberta” que é pouco mais do que mergulhar a meia dúzia de metros, o que para quem faz caça submarina é pouco apelativo, e mesmo assim teria de um dia antes fazer uns testes na piscina. Bem tendo em conta que apenas tinha um dia a coisa não estava fácil. Até que descobri algo em comum com o organizador… o prazer da caça submarina, após algumas trocas de experiências e de ideias ele vira-se para mim e diz-me que “já percebi que tu estas mais que a vontade dentro de agua e és responsável no que fazes, vamos fazer o seguinte, eu falo com os instrutores e explico a situação e não precisas de fazer o dia de testes na piscina no entanto a questão da profundidade a que podes ir é algo entre ti e o teu instrutor”. JACKPOT!

Pelo caminho chuvas torrenciais que nos deixaram a todos num pingo, tendo em conta o destino agua não seria algo que incomodasse. Cheguei ao norte da ilha a um centro de mergulho. Após escolher o equipamento largamos amarras a bordo da embarcação com destino a Sail Rock, que como o próprio nome indica é pouco mais que uma rocha perdido entre Ko Pha Nhag e Ko Tau. Para quem conhece o Funchal, é pouco maior que o ilhéu do Lido com a particularidade que fica a uma distancia de ambas as ilhas mais ou menos à distancia das desertas.

Sail Rock é considerado um dos/ o melhor diving spot do golfo da Tailândia e após me equipar e ouvir atentamente as regras de segurança do meu instrutor estava pronto para esta minha primeira vez debaixo de agua com garrafas de oxigénio. Antes de afundarmos uma nota para o meu instrutor que mais uma vez me saiu na rifa, mais um caçador que após uma longa conversa me disse que a questão da profundidade máxima permitida num mergulho descoberta “não era importante visto que neste caso tu (eu) em apneia estas habituado a ir mais fundo, mas fica entre nós os dois ; ) “ Mais um momento de sorte para a colecção já muito rica nesta ferias.

Para o fundo vamos nós! A primeira impressão ainda à superfície mas já com os olhos vidrados naquele mundo a parte que existe debaixo da tona de água é de absoluto espanto. Estou habituado a ver águas ricas, em particular nos açores, mas penso que nunca tinha visto nada assim. Já debaixo de agua tenho uma nova sensação de comunhão com o mar que nunca tinha sentido, pela primeira vez não me sinto uma estranho naquele mundo que não é o meu, não o predador que vai por breves momentos aquela dimensão paralela para trazer o seu pescado. Pela primeira vez tenho tempo para realmente apreciar tudo o que me rodeia naquele mundo, até os peixes parecem saber que desta vez o meu objectivo é outro pois a sua indiferença perante este ser (eu) cheio de adereços e tubos não é incomodativa nem considerada uma ameaça, parece que sabem que venho desarmado.

A exuberância da fauna e flora marinha cativou-me desde o inicio, centenas de pequenos e médios lírios (entre um a talvez dez kg), enxareus, meros a dar com um pau, peixes tropicais coloridos, barracudas com mais metro e meio, pargos, peixe balão e mais uma infinidade de outros peixes. É estranho ficar tanto tempo debaixo de agua mas é óptimo no entanto não consigo deixar de pensar “ai se tivesse uma arma já tinha jantar”.

O momento alto deste dia, destas férias e não sei talvez de que mais foi algo que ficará gravado na minha memória o resto da minha vida, a visão daquele gigante dos mares. Cerca de dez minutos passados a nadar com um Tubarão Baleia!!!! (quem não sabe o que é fica sabendo que é o maior peixe do mundo, relembro que as baleias não são peixes, completamente inofensivo, alimenta-se de placton) Não muito grande segundo o meu instrutor, uma pequena fêmea entre os 6 a 8 metros! Sim pequena mas…. Nadei ao lado, por cima, por baixo a ver em contra luz o contorno negro daquela silhueta quase assustadora. Fiquei completamente apaixonado, sensação maravilhosa um verdadeiro complemento a outra paixão minha, a caça. È difícil descrever o que se sente naquele momento mas sei que qualquer pessoa que goste do mar e de mergulhar compreende o que não consigo transpor para este texto.

Os instrutores foram todos muito simpáticos e esclarecedores das minhas muitas dúvidas. Uma nota positiva para a honestidade dos mesmos, quando perguntei as hipóteses de encontrar no mergulho um tubarão baleia (pois esta é uma zona onde podem aparecer) disseram-me que não ia ser fácil pois a época em que se encontram naquelas aguas já tinha terminado e que há mais de duas semanas que ninguém no golfo todo não encontrava nenhum. Há pessoas que mergulham a vida toda e nunca tiveram o prazer de nadar com este gigante e eu vi no meu primeiro mergulho, sou sem duvida uma pessoa cheia de sorte!! Não me hei de esquecer um outro instrutor a me perguntar, mas este foi a primeira vez que mergulhaste de garrafa? E viste um tubarão baleia na primeira vez? Bem não mergulhes mais nenhuma vez é impossível melhorar!

Porque esse parecia ser o meu dia de sorte, quando cheguei a cidade já completamente sozinho pois já ninguém dos meus amigos estava na ilha entro numa agência de viagens e pergunto quando é possível partir para Bangkok? Pensando eu que a resposta seria a partir da manha seguinte o meu sorriso abriu-se com a resposta que a próxima e ultima hipótese naquele dia partia daqui a 5 minutos, paguei o bilhete e lá fui eu sozinho rumo a Bangkok.

A viagem até Bangkok apesar de um inicio um pouco desconfiado que estava sobre a qualidade dos bilhetes que tinha comprado e porque o primeiro Ferry era meio duvidoso tornou-se uma agradável surpresa no autocarro com um serviço de alto nível, agua um bolinho um sumo e uns toalhetes para refrescar antes da chegada de madrugada a Bangkok.

Esta quase no fim esta aventura na Tailândia mas não podia regressar sem explorar o famoso mercado de Bangkok, GIGANTE! É o maior mercado do mundo tem 15.000 lojas distribuídas em 28 acres. Vende de tudo um pouco, qual Colombo qual que! O regresso a HK está perto assim como o fim da aventura no Oriente que apesar de ao momento que escrevo isto já ter acabado grande parte dos textos em que me inspiro para o fazer foram escritos em tempo real e in loco.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Ko Phan Nhang e a Full moon party!!!

Acordo pela manha e a chuva e vento que adivinhava quando me fui deitar não foram, como eu gostaria, uma nuvem passageira. Apesar de ser em teoria agradável acordar no quentinho da cama com a chuva a massacrar os telhados e janelas, acordei triste e deixei-me ficar mais uma hora do que tinha previsto pois já tínhamos combinado encontrarmo-nos no outro hotel (estávamos instalados em hotéis diferentes). Por fim agarrei na mota e arranquei, com alguma dificuldade consegui chegar ao objectivo, no entanto grande molha que apanhei!

A duvida era comum o que vamos fazer perante este castigo de S.Pedro a esta ilha paradisíaca? Como a previsão era de que o tempo se ia manter assim durante uns dias concordamos que rumaríamos no dia seguinte de volta ao Norte para tentarmos ir a Ayataya (antiga capital do Reino do Sião) ver as famosas ruínas. Apesar de eu pessoalmente preferir ficar nas ilhas perante tal cenário dantesco ir para perto de Bangkok parecia naquele momento mais apelativo, reservei o bilhete para o dia seguinte, o que era meio estúpido pois esta era a noite da FESTA! A razão fundamental de ter vindo ate esta ilha, a famosa festa da lua cheia, entrar num barco as 11 da manha no dia seguinte de um festão seria muito difícil para mim, já me conheço o suficiente, no entanto o mau tempo era tal que já começava a temer o pior, o cancelamento da festa.

Decidimos entregar as motas pois não fazia sentido com este mau tempo, e alugamos uma preciosidade, um jipe! Mas atenção que isto é só para os duros, os Steven “Seagull”, os Rambos, os Terminators da Tailândia! Um Jipe que tem escrito SWAT nos lados! Não podíamos não alugar! Olha a maquina!!!

Todo o terreno com ele! Estradas muito lamacentas com muitos buracos e uma mecânica japonesa muito resistente penso que resume o dia. Eheheh

A noite chega e a chuva não arreda, não acredito que fiz este esforço todo para agora chegar à hora H e ir tudo por agua abaixo….literalmente. Nada disso “god must like us” seria uma das explicações possíveis pois como por milagre o céu abriu e a lua apareceu. À saída do hotel uma imagem que nem o photoshop conseguia fazer melhor, uma palmeira em contra luz ladeada pela lua, enorme e bem redonda e com uma e apenas uma nuvem a fazer companhia.

A noite estava perfeita, linda, seca e com uma ligeira brisa vinda do mar que era apenas a suficiente para que ninguém tenha calor ao dançar ao som de todos aqueles beats que inundavam a praia. Esta MER$# VAI BOMBAR!

Certamente mais de 15 000 pessoas enchiam a praia, oriundos de todas as tribos urbanas que conheço, desde os hippies aos meninos de camisinha, dos backpakers rastas aos hospedes de spas luxuosos, por vezes separados como se as diferentes musicas criassem muros invisíveis, no entanto muitas vezes fundidos numa homogénea massa diferente passe a contradição.

As centenas de barraquinhas que enchiam a orla da praia mas também as ruas circundantes forneciam desde pizzas, fruta, noodles, keebabs etc coisa e tal mas claro que o rei era o tentador, refrescante e acima de tudo maligno BALDE. Socorro, aí os baldes!

A energia que existe naquela noite naquele sitio não é facilmente explicável mas parece que se forma uma aura positiva que até move montanhas ou neste caso desvia tempestades pois a menos de 2 km a norte da praia passava a tempestade. Os malabaristas com bastões e bolas de fogo dão um ar ainda mais místico ao ambiente. Sem qualquer desmérito para os meus companheiros pensei muitas vezes nos meus companheiros portugueses de festa e senti saudades de todos os meus amigos companheiros já de tantas outras festas!

Como não será surpresa obviamente não segui com o resto da malta no dia seguinte para Bangkok, não estava nas melhores condições físicas e o dia foi passado no dolce fare niete a beira da piscina com muita agua (engarrafada não cheguei ao ponto de beber da piscina) e na companhia de uns americanos que conheci nessa manha na piscina e com quem conversei o dia todo. Eram mais velhos, bem mais velhos, todos ligados à comunicação social em Phoenix, Arizona. Conversas muito interessantes principalmente sobre os EUA que julgo ter me enriquecido e feito perceber uma série de coisas sobre o país. Nem que fosse só por isso já tinha valido a pena ter ficado, mas o melhor ainda esta para chegar……