A escrita volta após uma breve pausa para servir de tour guide aos meus país, obrigado pela visita. Sei que já passou muito tempo mas ainda há muito para contar sobre esse pais fascinante que é o Vietnam. Esta semana prometo publicações mais regulares para acabar esta viagem e relatar as seguintes! Sim meus amigos parar é parar!!!!!
Nota: este post é escrito com a ajuda da cábula no meu caderninho maravilha preto que começa assim “ Bem por onde começar? É esta a grande dificuldade até aquecer a caneta. Amanhecer vespertino e continuo a minha visita ao Mekong Delta (merda o caderno já levou com um pingo da Saigon (cerveja local) que bebo sentado na esplanada na rua ao pé do hotel…………”
Acordar madrugador mas ao qual o corpo já se habituou, estou inteiro não fui comido pelas osgas, lagartos e muitos insectos que habitavam este meu quarto do “four seasons Can Tho City Stlye”. Todos a bordo de mais uma canoa mas esta com mais pinta, tinha um gerador ou então motore de corta relva, (que me faz lembrar um carro que conheço) ligado a uma transmissão com 2,5 a 3 metros e com a hélice na ponta. Estes barcos só me fazem lembrar um filme do 007 em que ele esta a bordo a fugir ou a perseguir alguém e tem um problema com a gasolina e é ajudado por um puto, bem não interessa nada a não ser o facto de que essa cena do Bond acaba no mesmo sitio onde eu acabei, num mercado flutuante.
O mercado consiste numa grande confusão de barcos, os maiores ancorados servem de armazém e posto comercial e os incansáveis mais pequenos visitam os maiores para comprar fruta e hortaliça, alguma para consumo próprio outra para venda nos mercados da cidade ou para levar para paragens longínquas rio acima ou abaixo. Logo à chegada a primeira transacção a ser proposta, claro que só podia ser o pequeno-almoço, este cafezinho flutuante equipado com tudo o que é preciso para um “bom” pequeno-almoço, não teve muito sucesso (adivinhe-se lá pq).
Salto para bordo de um barco maior para um “pequeno-almoço” mais saudável, um ananás descascado por um local e que era divinal! Só tinha o problema de ser demasiado caro, 0.10€ incluindo mão-de-obra descascadora. É impossível a Europa competir com os preços da Ásia. No entanto, lembro-me de estudar o custo da poluição na economia, o rio aqui é muito sujo, não é difícil imaginar onde fica o caixote do lixo e o fim do cano da retrete dos barcos.
Soltem as amarras que seguimos para uma fábrica de papel de arroz comestível, serve para fazer os clepes e as rice noodles. Por momentos pensei que nunca mais seria capaz de comer nenhum dos dois, era um pardieiro misturado com pocilga (sim havia porcos e tudo). A papa de arroz e feita com arroz (duhh) e com farinha de tapioca (segundo consegui entender) depois e depositada num tecido que tem vapor por baixo, não é fácil de descrever mas digo que é uma verdadeira fabrica pois a coordenação dos dois empregados é fantástica, isto tudo alimentado não por gasolina nem carvão mas pelas cascas do arroz recicladas como combustível. O papel seca ao sol e está pronto para o vosso prato num restaurante chinês mais próximo.
Continuamos navegando este mangue/pântano/delta/canal com o objectivo de ver uma construção típica da zona, uma monkey bridge. O nome deve-se ao facto do humano virar macaco tentado equilibrar-se nesta ponte em arco feita de troncos muito rudimentarmente montados. Muito mais difícil de atravessar do que se possa pensar, manter o equilíbrio num único tronco que abana a três metros da água (que se sabe que pode ter uns crocodilos) apenas com o apoio de um corrimão de bambu que alem de estar a ferver do sol não era muito fiável. As pernas tremeram mas André qual macaquinho conseguiu chegar à outra margem.
Pouco depois uma cena que merece ser contada, um mal entendido entre o guia e uma Holandesa que ia no barco. Na véspera o guia tinha sugerido que não seguíssemos o programa e em vez de visitarmos um segundo mercado flutuante (quem viu um viu dois alem de que o movimento é cedo pela manha) explorássemos a fábrica de papel de arroz e um entreposto de arroz e tivéssemos mais tempo na monkey bridge. A maioria aceitou e quem não aceitou logo no incio foi noutro barco. Pelos vistos a holandesa não entendeu a proposta e queria ir ao segundo mercado mas so pediu aquela hora. O guia, de seu nome Jerry, sempre muito simpático, sorridente, bem disposto e com humor virou completamente e ficou agressivo, não fisicamente claro, o volume da discussão subiu pq ele teria de chamar um barco para levar apenas e só a holandesa para o dito segundo mercado. Ao almoço à conversa com uma inglesa que vive em Saigon a minha análise foi confirmada: vietnamitas, povo muito dado e simpático, sorridentes e prestáveis, no momento em que envolve dinheiro tudo muda. Tendo em conta as dificuldades do país é compreensível mas em qualquer caso fica o aviso.
De novo a bordo no ferry e a bordo também a versão vietnamita do famoso batman….o Ratman. Pois para estarem na ementa alguém tem de vende-los! Alguém quer um petisco e uma cerveja?
Regresso a Saigon com a companhia do meu querido amigo i-pod (obrigado mamã), relembrado Portugal e estorias de outras paragens. Hora da jola onde reencontro o Scott e ficamos todos à conversa antes de partir para jantar. Depois de jantar um momento óptimo, estavam pequenos e graúdos na rua a jogar um jogo que não sei o nome com esta pena que esta na foto, o objectivo é passar a pena pelo ar para outro jogador sem deixar cair, vale com tudo, pé, cabeça mão, ombro! Este foi um momento maravilhoso! Pedi para jogar e claro que 5 segundos depois estávamos enturmado com os putos de rua e graúdos a partilhar este divertimento tão local.
Juntou-se mais um ocidental o Mick, australiano 20 anos, skater, snowborder, fotografo, completamente desprendido de tudo, esta a viajar sozinho pela Ásia um mês. Não sou a pessoa mais tímida do mundo e como os meus companheiros queriam era descansar (eu tb mas….era sábado à noite e nem que seja em Bagdad sábado é sábado) proponho que vamos os dois (eu e o Mick) beber um copo ao bar mais famoso da cidade. O bar e veja-se a ironia chama-se Appocalypse Now! É como chamar Aushwitz a um bar em Berlim! O bar…hip hop nas colunas, muita gente, com a particularidade de ter dois polícias em cima das colunas a observar a multidão que dança na pista (não vá haver alguma obscenidade qualquer como dançar a proibida salsa ou lambada). Rumo a outro espaço este gerido por um australiano amigo do Mick, tempo bem passado com o Steve e com o Mike (USA)! A conversa no balcão. Esta é para mim a melhor parte de viajar, os contactos e a partilha de culturas e experiências. Espero o Mick em Hong Kong um dia destes para lhe mostrar a cidade.